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ACSP: varejo deve ter mais um ano de baixo crescimento

Mesmo com melhora do mercado de trabalho e queda da inflação, incertezas nos campos fiscal e externo devem pressionar os juros e prejudicar a oferta de crédito

O varejo deve enfrentar, novamente, um ano de baixo crescimento em 2024, segundo análise dos economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Mesmo com a substancial melhora do mercado de trabalho e o arrefecimento da inflação, ainda há incertezas que devem pressionar os juros e a oferta de crédito, prejudicando o consumo.

Segundo a ACSP, a perspectiva para 2024 é de “alta moderada” sustentada pelo aumento de renda proveniente do mercado de trabalho e das transferências governamentais.

Porém, as famílias permanecem com alto grau de endividamento e a inadimplência continua elevada. O Desenrola Brasil, criado para ajudar o brasileiro a quitar as dívidas, segundo os economistas da associação comercial, “até o momento não surtiu o efeito esperado”.

O cenário em 2024 deve permanecer desfavorável ao consumo, de acordo com a ACSP. A taxa básica de juros, mesmo diminuindo, “deve chegar ao final do ano em patamar ainda elevado, ao persistirem as incertezas nos campos fiscal e externo.”

Esses mesmo problemas prejudicaram o setor varejista em 2023. Mesmo fechando o ano passado com alta de 1,7% nas vendas, a tônica foi de “baixo crescimento do consumo, com as famílias privilegiando as compras de itens mais básicos, e menos dependentes do crédito.”

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro do ano passado as vendas do varejo restrito (que não incluem veículos, material de construção e atacarejo) diminuíram 1,3%, em termos mensais, frustrando as expectativas de mercado (+0,4%). Porém, elas aumentaram 1,3% na comparação com o mesmo mês de 2022 e avançaram 1,7% no ano (em linha com as projeção da ACSP).

As vendas do varejo ampliado (que inclui todos os segmentos), embora tenham mostrado contração mensal que alcançou 1,1%, ficaram estáveis sobre dezembro de 2022. Durante o ano de 2023, aumentaram 2,4%.

Com informações do Diário do Comércio

IMAGEM: Leandro Moraes/DC