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Se Conselho fosse bom… eu teria um no meu e-commerce?

O ditado “se conselho fosse bom não se dava, se vendia” nasceu muito antes das startups ou scale-ups, mas segue sendo bastante utilizado. Pensando nas empresas de e-commerce, eu acho necessário propor uma atualização: “Um bom Conselho é algo que custa, mas que vale cada real investido. 

Estou falando aqui dos Conselhos Consultivos, que estão cada dia mais presentes no cenário empresarial, em especial de empresas de tecnologia. Estes são formados com profissionais de diversas fontes de relacionamento: investidores, amigos do fundador, potenciais clientes, pessoas com conhecimento técnico ou com acesso a captação de recursos financeiros. 

A importância do mandato 

Entre esses Conselhos, há poucos que são formados a partir de algo que julgo fundamental: um mandato. O “mandato”, neste caso, não tem nada a ver com política, mas sim com o conceito de o que fomos chamados para fazer. Exemplos de mandato podem ser preparar a empresa para entrada de um venture capital, realizar o update tecnológico de nossa plataforma, para escalar, conquistar e manter clientes grandes, para acelerar crescimento, ou aquilo que mais fizer sentido para o momento da sua empresa. 

Como você poderá imaginar, de acordo com mandato, o grupo de conselheiros deveria ter uma formação específica e complementar ao dos gestores ou líderes da empresa. Igualmente importante quanto, esse mandato precisa ter um prazo esperado para sua realização. Com isso, a cada novo mandato, um novo grupo de conselheiros pode ser atraído, pois novas competências poderão ser exigidas. Há casos, no entanto, que o grupo é tão bem formado em termos de diversidade de competências, que dois ou três mandatos podem ser realizados com o mesmo grupo, o qual vai crescendo e utilizando o potencial de cada membro de maneira diferente. 

O número de conselheiros também pode derivar do mandato, de acordo com sua complexidade e necessidade de expertise, mas também com a responsabilidade que for atribuída ao Conselho e, em muitos casos, a composição acionária da empresa. Há Conselhos formados para efetivamente tomarem decisões de investimento dos recursos e, nesses casos, é normal que os investidores e os fundadores tenham um peso maior no voto que o dos outros conselheiros. Há outros, com caráter apenas consultivo, nos quais as decisões seguem sendo tomadas pelo fundador e, portanto, pode haver vários conselheiros, sem que isso se torne um problema para a gestão do negócio. 

A principal função do Conselho é guiar o time de gestão no direcionamento mais efetivo dos três recursos mais preciosos em uma empresa: o dinheiro, o tempo da equipe e a atenção dos líderes sêniores. Essa análise deve ser feita à luz do mandato do Conselho, mas também colaborando e apoiando o time de gestores em suas limitações de recurso, sejam os três acima, ou mesmo de conhecimento ou relacionamento.  

Afinal, encaro ou não o desafio de montar um Conselho? 

Com a redução no ritmo de crescimento da venda online e a onda de demissões observada em algumas empresas de sucesso do mercado brasileiro, imagino que o seu travesseiro deve ter escutado a maior parte das suas dúvidas (me especializo na vertical que sou reconhecido? agrego serviços financeiros? é hora de buscar um sócio estratégico?). 

Conselhos Consultivos podem ser excelentes aliados, melhorando sua resolução de problemas e a busca de alternativas, por meio do compartilhamento de experiências e outros recursos. Para isso, se faz necessário o investimento de tempo e dinheiro em sua formação. Muito provavelmente buscando empresas especializadas nessa tarefa, mas também preparando e alinhando toda os líderes da sua empresa para o mandato e o nível de influência que o Conselho terá. 

Em minha experiência como conselheiro, vi diversos empreendedores se beneficiarem muito do processo, acelerando o desenvolvimento da sua empresa, como também tornando os conselheiros verdadeiros embaixadores da marca no mercado. Infelizmente, também vi casos menos efetivos e espero que esse artigo sirva para que sua empresa faça parte do primeiro grupo. 

Como disse no início desse texto, “um bom Conselho é algo que custa, mas que vale cada Real investido”.  

Felipe Mendes Diretor geral da GfK na América Latina, palestrante sobre Varejo, Consumo e Tecnologia, Investidor Anjo e membro do Conselho do Varejo da Associação Comercial de São Paulo. 

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