Um dos fatores que mais afetam os resultados de uma operação de supermercados são as perdas. Porém, elas vão muito além dos prejuízos financeiros e devem ser tratadas como um propósito da marca. Veja alguns dos motivos!
Segundo dados da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura:
- 1/3 dos alimentos produzidos no mundo para consumo humano são perdidos ou desperdiçados globalmente, o equivalente a 1,3 bilhão de toneladas, o que corresponde a US$ 750 bilhões de dólares todos os anos;
- A maior importância das informações sobre as perdas e desperdício de alimentos é a conscientização da população quanto à possibilidade de redução da fome no mundo;
- Até 2050 o mundo terá mais de 9 bilhões de pessoas e o grande desafio é como alimentar toda essa população. A redução de desperdícios pode contribuir de forma efetiva.
Estudo do Instituto Akatu aponta que 64% dos produtos plantados no Brasil são desperdiçados. Sendo:
- 20% na fase de colheita;
- 8% na armazenagem e transporte;
- 16% no processo industrial e no varejo;
- 20% dos produtos são desperdiçados no preparo para o consumo e hábitos alimentares.
Uso e consumo da água de acordo com o World Resources Institute/ONU:
- Uso da água: 70% agricultura, 22% indústria e 8% consumo das pessoas;
- Consumo efetivo: 93,4% agricultura, 3,8% industrial e 2,8% abastecimento.
- Gastamos 15,5 mil litros de água para produzir um quilo de carne bovina (média mundial).
Desperdício em números:
- 54% do desperdício de alimentos ocorre nas etapas de produção, manipulação, pós-colheita e armazenagem dos produtos, principalmente em países em desenvolvimento;
- Os outros 46% são perdidos na distribuição e no consumo;
- Quanto mais industrializado e renda mais alta, maior o desperdício dentro dos 46%;
- O desperdício per capita na Europa e América do Norte é de 95 a 115 kg/ano, enquanto na África Subsaariana e no Sul e Sudeste da Ásia de apenas 5 a 11 kg/ano;
- Com o crescimento da alimentação fora de casa, aumentou o desperdício de alimentos no mundo.
Ações importantes para reduzir perdas:
- Conhecer e entender os tipos de perdas e seus motivos (Pareto);
- Ter métrica de medição, através de indicadores de desempenho, para saber onde está e onde pretende chegar (meta);
- Definir estratégias para que a meta estabelecida seja alcançada. Uma boa estratégia é ter a redução de perda como um propósito da empresa. E assim contribuir também para a redução da fome do mundo, por meio da conscientização de fornecedores, clientes internos, clientes externos e sociedade em geral;
- Treinar todos gestores e colaboradores, de acordo com o propósito definido;
- Fazer a gestão de perdas girando o PDCA, para a busca constante de melhoria contínua e reconhecendo a equipe por cada meta alcançada;
- Buscar boas práticas no mercado e usar benchmark interno;
- Investir em tecnologia;
- Tornar a prevenção de perdas um processo permanente do negócio.
A melhor maneira de reduzir as perdas é por meio da conscientização de todas as pessoas envolvidas no processo, especialmente das áreas de logística, armazenagem, reposição e manipulação de alimentos. Essas são fundamentais. A empresa economiza e a humanidade se beneficia!
IMAGEM: Senado
Juedir Teixeira–Doutor em Administração (Ph.D.), mestre em Gestão Estratégica de Negócios, consultor da área de Gestão de Negócios, fundador da JTB Consultoria, palestrante, membro Conselho do Varejo da Associação Comercial de São Paulo e autor do livro “Gestão Estratégica de Negócios: Métrica de avaliação de Desempenho Organizacional”, da editora Gramma e Gestão de Negócios: uma Abordagem Prática da Editora Anagrama.